Diferente do que muitos imaginam, a tuberculose não é uma doença exclusiva dos adultos. Cerca de 50% dos recém-nascidos de mães com essa infecção ativa desenvolvem a tuberculose perinatal durante o primeiro ano de vida.
Você já ouviu falar disso? Neste post, você vai conhecer um pouco mais sobre a versão infantil dessa doença grave. Ficou interessado? Continue a leitura.
O que é a tuberculose perinatal?
A tuberculose é uma infecção contagiosa provocada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Os bebês também são infectados quando expostos a esse microrganismo, o que pode ocorrer das seguintes maneiras:
- antes do nascimento: a bactéria atravessa a placenta e alcança o feto, infectando-o;
- durante o parto: a contaminação ocorre se o bebê respirar ou ingerir fluido infectado da mãe;
- após o nascimento: quando o recém-nascido entra em contato com fluidos contaminados pela bactéria, e que foram expelidos por familiares ou funcionários da maternidade que estão infectados.
Geralmente, a tuberculose perinatal não é contagiosa, pois, ao tossir ou espirrar, os bebês eliminam poucos bacilos. Ademais, as lesões pulmonares costumam ser menores em crianças, quando comparadas aos adolescentes e adultos.
Quais são os sintomas?
Na maioria dos casos, os recém-nascidos são assintomáticos, ou seja, não manifestam nenhum tipo de sintoma. Quando existem, os sinais são: febre, baixa energia, dificuldade para respirar ou pneumonia de difícil tratamento.
Além disso, existem casos em que os bebês com a tuberculose perinatal apresentaram atraso no crescimento e no ganho de peso, afetando o seu desenvolvimento. Em situações mais graves, a doença faz com que o fígado e o baço aumentem de tamanho.
Como é o diagnóstico da tuberculose perinatal?
A suspeita pelo quadro se inicia quando há uma confirmação da presença da doença na mãe ou em familiares. Se, após a investigação médica, for percebido que o recém-nascido não foi exposto a uma infecção ativa, ele não precisará realizar outros exames e nem mesmo de tratamento.
Caso contrário, a criança precisará passar por uma bateria de exames a fim de confirmar a infecção pelo bacilo de Koch, tais como, radiografia do tórax, exames de sangue, cultura e análise de amostras de tecido ou líquido e punção lombar.
Existe tratamento?
Com a confirmação do diagnóstico de tuberculose perinatal, o recém-nascido precisa iniciar o tratamento medicamentoso à base de antibióticos. Todos os fármacos prescritos precisarão ser administrados por, pelo menos, seis meses.
Ademais, as gestantes que apresentam um alto risco de desenvolver a tuberculose, recebem os antibióticos em conjunto com vitamina B6 que devem ser utilizados durante toda a gravidez. Outrossim, a principal forma de prevenção a doença é aplicação da vacina bacilo Calmette-Guérin (BCG) no recém-nascido.
Então, com a leitura deste post, você conheceu as informações mais relevantes sobre a tuberculose perinatal, desde os sintomas mais comuns até as principais formas de tratamento.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como pediatra e pneumologista em Cuiabá!