Os estudos acerca das alergias alimentares ainda são escassos no Brasil. No entanto, está comprovado que o número de casos não para de aumentar e que tais reações do organismo estão cada vez mais graves e variadas. Uma recente pesquisa americana aponta que a ocorrência de pessoas alérgicas a alimentos cresce cerca de 30% a cada ano. Muito, não? Em crianças, esse quadro pode estar associado ao refluxo. A seguir, será explicado o porquê.
Sabe-se que as alergias alimentares hoje afetam aproximadamente 3% dos adultos e de 6% a 8% das crianças até os 3 anos de idade. Vale ressaltar que, nos pequenos, as reações alérgicas são mais comuns, especialmente nos primeiros anos de vida.
Normalmente as crianças desenvolvem a alergia alimentar durante a introdução de novo componente na dieta. De modo geral, o leite de vaca é a 1ª proteína estranha a ser apresentada, o que faz com que a alergia à proteína do leite seja justamente a mais frequente dentre os bebês e as crianças mais velhas. Além do leite, muitas crianças têm alergia a ovos, amendoim, frutos do mar, soja e glúten.
As alergias alimentares podem desencadear reações diversas, incluindo a que está em destaque neste artigo. Quer entender melhor como e por que isso acontece? Venha comigo!
O que é alergia alimentar?
A alergia alimentar é um tipo de reação adversa do sistema imunológico. Ela acontece depois da ingestão de determinados alimentos, sendo que, dentre as pessoas alérgicas, até mesmo pequenas porções podem resultar em sintomas de gravidade variada. Em algumas situações, a alergia alimentar pode colocar a vida da pessoa em risco no caso de ingestão do alimento que causa a reação. Cumpre salientar que a alergia alimentar é diferente da intolerância alimentar, embora sejam frequentemente confundidas. A intolerância é mais comum, menos grave e não envolve o sistema imunológico.O que é refluxo?
É uma condição comum em bebês recém-nascidos e lactentes. É caracterizado por regurgitações, chamadas popularmente de golfadas. Na maioria das vezes, um quadro benigno e temporário, que não demanda tratamento medicamentoso, desaparecendo espontaneamente à medida que a criança cresce. Trata-se de um quadro fisiológico, e não patológico. Ele ocorre por causa da imaturidade do sistema digestivo, da alimentação predominantemente líquida e da permanência prolongada na posição deitada. Há também a doença do refluxo gastroesofágico, que tem caráter patológico. Ela é provocada por ganho de peso inadequado, irritabilidade excessiva da mucosa intestinal, complicações respiratórias e inflamação do esôfago (esofagite).Qual é a relação entre as 2 condições?
Há uma relação sintomática entre as 2 condições. A alergia geralmente dá início às conhecidas manifestações cutâneas, como descamação, bolhas, coceira, inchaço, mas também reflete-se no trato intestinal, com sinais típicos de refluxo, a exemplo da dificuldade de deglutir, da irritação na boca e na garganta, da azia, da dor abdominal, do desconforto no peito, das náuseas e dos vômitos. É importante buscar o auxílio de um pediatra de confiança para fazer o diagnóstico diferencial e evitar confundir as 2 condições, a fim de se conduzir o tratamento da maneira adequada. Mais de 70% dos bebês têm refluxo, e cerca de 20% dos sintomas desse quadro eram atribuídos à alergia ao leite de vaca quando o diagnóstico se baseava nos relatos da família, entretanto uma investigação mais aprofundada faz essa taxa cair para, no máximo, 3%. Caso a alergia alimentar seja confirmada, é importante eliminar do cardápio o alimento causador das reações alérgicas, para se ver livre dos desconfortáveis sintomas e diminuir o risco de complicações. A boa notícia é que as alergias nem sempre são definitivas. Em alguns casos, o quadro melhora sozinho, e a alteração desaparece nos primeiros anos de vida. Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder os seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como pediatra e pneumologista em Cuiabá!
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